Cirurgia antirrefluxo e de hérnia de hiato por laparoscopia e robótica

O refluxo gastroesofágico é quando o conteúdo ácido do estômago volta (reflui) para o esôfago, causando sintomas como azia, regurgitação e dor no peito. Isso ocorre porque o esfíncter esofágico inferior (EEI), uma válvula muscular localizada na junção entre o esôfago e o estômago, não fecha adequadamente, permitindo que o ácido do estômago suba para o esôfago

Indicações da cirurgia

  • pessoas que não respondem satisfatoriamente ao tratamento clínico

  • pacientes com indicação de tratamento de manutenção com medicamentos, especialmente aqueles com menos de 40 anos de idade

  • Complicações do refluxo gastroesofágico, como esofagite grave, estreitamento do esôfago ou úlceras.

  • Dificuldade em engolir alimentos devido ao refluxo gastroesofágico

  • Intolerância a medicamentos para o refluxo gastroesofágico

  • casos em que não é possível a continuidade do tratamento de manutenção, por exemplo, a impossibilidade de arcar financeiramente com os custos do tratamento clínico a longo prazo

  • hérnia de hiato maiores que 4cm

As indicações para a cirurgia antirrefluxo por robótica são semelhantes às indicações para a cirurgia por laparoscopia

  • é especialmente indicada para pacientes com hérnias hiatais complexas ou que já passaram por cirurgias abdominais prévias.

  • A técnica robótica permite que o cirurgião tenha maior precisão e visão tridimensional do local da cirurgia, o que pode facilitar a realização de procedimentos mais complexos com maior segurança e menor risco de complicações.​

Cirurgia

  • feita por laparoscopia ou robótica

  • a anestesia é geral, por se tratar de cirurgia minimamente invasiva (enche-se a barriga de gás carbônico, deixando-a bem dilatada, o que cria um espaço para se operar –  ao final da cirurgia todo o gás é retirado da barriga)

  • são feitos cortes (furinhos) na parede abdominal com cerca de 5mm e 10mm 

  • as cirurgia laparoscópica e robótica são feitas internamente, com a ajuda de uma câmera 

  • na cirurgia robótica o cirurgião é auxiliado pelo robô, aumentando a precisão do procedimento

  • o cirurgião cria uma nova “válvula antirrefluxo” ao redor da junção entre o esôfago e o estômago, com o objetivo de impedir que o conteúdo ácido do estômago retorne para o esôfago.

  • duração da cirurgia: 1h- 2h

Pós-operatório

  • a recuperação inicial é rápida, geralmente o paciente tem alta no dia seguinte

  • cuidados com os cortes da cirurgia: como qualquer outra cirurgia: manter limpos e secos

  • é normal ter dor e/ou desconforto,  sentir o estômago cheio; além de soluços e gases

  • nos primeiros 3-7 dias após a cirurgia, que diminuem gradativamente

  • evitar dirigir por 3-5 dias carro, motocicleta por 15 dias.

  • retorno às atividades habituais:  normalmente ocorre após 7 a 15 dias

  • evitar atividades físicas mais intensas; levantamento de peso e exercício de abdominal por 4-6 semanas após a cirurgia

  • A recuperação total leva mais ou menos 2 meses

  • alimentação após a cirurgiainicialmente somente líquidos, o que pode levar a perda de um pouco de peso, dentro de 30 dias após a cirurgia se volta a comer alimentos sólidos (p.ex.: carne)

  • É importante andar um pouco, evitar ficar sentado ou deitado por muito tempo

  • Deve-se evitar carregar peso ou esforço físico pesado por alguns meses, para não dar hérnia na região das cicatrizes. 

Complicações

  • Infecção: A infecção é uma complicação rara, mas pode ocorrer em qualquer procedimento cirúrgico.

  • Sangramento: A cirurgia antirrefluxo pode causar sangramento no local da incisão ou no trato gastrointestinal.

  • Lesão de órgãos adjacentes: Durante o procedimento, pode ocorrer lesão de órgãos adjacentes, como o fígado, pâncreas ou baço.

  • Disfagia: A disfagia, ou dificuldade para engolir, é uma complicação comum após a cirurgia antirrefluxo, mas geralmente melhora com o tempo.

  • Gases e flatulência: Após a cirurgia, pode ocorrer aumento de gases intestinais e flatulência.

  • Refluxo persistente: Em alguns casos, o refluxo gastroesofágico pode persistir após a cirurgia, exigindo tratamento adicional.

  • Diarreia: A diarreia é uma complicação rara, mas pode ocorrer após a cirurgia antirrefluxo.

  • Lesão do nervo vago: O nervo vago é um nervo importante que controla a motilidade do trato gastrointestinal. Durante a cirurgia antirrefluxo, o nervo vago pode ser lesado, o que pode levar a problemas de digestão. No entanto, esta complicação é extremamente rara com as técnicas cirúrgicas modernas.

  • O risco de complicações varia de acordo com o tipo de cirurgia antirrefluxo, a experiência do cirurgião e as condições de saúde do paciente.

OBS: estas orientações servem como um guia geral; a avaliação individualizada é fundamental e deve levar em consideração a idade do paciente e o tipo de cirurgia realizada

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